Quando a vida acontece…
“Os momentos mais felizes que passamos quase nunca são registrados em fotos.” Sempre gostei muito de fotos. Um dos primeiros presentes que lembro de ter ganho no Natal quando criança foi uma câmera fotográfica.
Foi um Natal meio estranho, mas lembro como se fosse hoje da alegria ao abrir o embrulho e encontrar o que tinha pedido e sabia que meus pais tinham comprado com certo esforço. Era uma câmera preta, de filme (ééé, a idade.) e eu levava para todo canto. Mais feliz do que tirar as fotos, só quando as buscava reveladas. Álbuns de fotos dos outros? Passo horas olhando, viajando, guardando referências de viagens…
Mas, desde que li essa frase acima, me dei conta de como ela faz sentido. Penso em quantas vezes volto pra casa depois de um passeio e me dou conta de que não tirei uma foto a noite toda. Às vezes bate um arrependimento, vontade de ter uma lembrança física, mas a verdade é que, nos melhores momentos, a gente nem lembra que o celular tira foto, que existem as selfies pra postar, nem que tem um celular na bolsa. As fotografias tornam-se mentais, lembranças, memórias. E no último fim de semana tive mais uma prova disso.
Foi uma viagem com tantas fotos reais e lindas tiradas, tantas paisagens, pessoas, passeios incríveis. Mas, os melhores momentos dessas quase 48 horas não têm registros digitais ou físicos, somente mentais e emocionais. A sensação da terra embaixo do corpo, o cheiro da grama, a estrela cadente passando, o vento frio competindo com o abraço quente, o nervoso da aproximação, as risadas, as conversas filosóficas (ou nem um pouco), os novos amigos, o Sol na pele, as massagens, os suspiros, as piadas internas, a sensação de felicidade e paz.
Continuo amando fotografia – e ela foi parte essencial e especial desses momentos -, mas venho aprendendo que quando elas não fazem falta é quando estou ocupada vivendo…