#partiu30
Não dá pra negar: os 30 anos têm um peso. Pra mim, acho que até maior do que os 18. Meus 18 não mudaram nada, eu já estava na faculdade, já trabalhava. Só pude tirar carteira de motorista, mas não dirijo até hoje, então…
Os 30, por bem ou por mal, já vêm com essa carga implícita. Em especial para as mulheres, é fato. Ainda hoje, 2017, e somos vistas como atrasadas ou infelizes por chegar aos 30 anos solteiras, sem filhos e, como no meu caso, morando na casa dos pais. Existe uma pressão social que eu mesma compactuo quando vejo fotos dos casamentos das amigas ou dos filhos já fazendo 4, 5, 6 anos e me sinto frustrada. Será que eu errei? Será que eu tô perdendo tempo? Será que eu virei a tia chata dos gatos (sem nem ter sobrinhos)?
Não é fácil. A mente voa entre os acontecimentos do passado e os desejos do futuro. Será que aquele cara era O CARA e eu deixei passar? Será que aquele trabalho que eu não dei muita bola era o que me faria crescer? Será que ainda vou conseguir fazer aquela viagem? Sei lá…
Mas, por outro lado, os 30 anos te trazem uma força impressionante, sabia? Você se conhece muito mais do que aos 18 ou aos 25. É aquela sensação boa de “não, já sei que isso não é minha praia”, ou “já fiz essa burrada antes, não vou repetir”. É ter um sonho e saber como transformá-lo em plano e botar em prática. É olhar pra trás e ter muito orgulho do que conquistou e muito respeito pelo que aprendeu.
Em 30 anos eu me formei, trabalhei, amadureci, rezei, mudei de cidade, morei sozinha, chorei, voltei pra casa dos pais, fui pra Argentina, pra Sergipe e pro Rio Grande Sul, rezei, também fui pro psicólogo e pro psiquiatra, chorei, estive atrás de um balcão, apareci na televisão, amei, chorei novamente, me arrependi, fui magoada, rezei mais um pouco, fiz amigos, perdi outros e também ri! Ri muito, até perder o fôlego.
Acima de tudo, entendi quem eu sou, o que eu quero, do que eu fujo, de onde vim e pra onde quero ir, quem eu quero do meu lado. Entendi que ainda tenho muita, mas muita coisa pra viver. E entendi também que tudo isso… pode mudar novamente quando eu chegar aos 31, 32, 40. Acho que essa é a beleza da vida e do amadurecimento: se reinventar.
Casar? Quero. Filhos? Quero. Minha casa? Quero. Mas pra chegar nisso tudo eu preciso querer estar bem e completa comigo. Posso ter demorado mais do que alguns, menos do que outros. Não me importa. É meu tempo, meu caminho e meus pés. Ninguém pode completar por mim.
Então, estou aqui, de peito aberto e sorriso no rosto. Pode chegar, 30! Te recebo com alegria, festa e respeito. Que sejamos muito felizes pelos próximos 10 anos!